A atualização mais recente do fenômeno El Niño, disponibilizado pela NOAA, mostrou menor aquecimento da temperatura do Pacífico Equatorial desde a última semana, tendendo a ficar mais ameno com relação às projeções anteriores. Ou seja, o padrão de diminuição de chuva no Norte e Nordeste, juntamente com aumento de precipitação no Sul está ocorrendo devido às outras oscilações. A região do Pacífico que impacta mais no regime de chuva do Sul é o que apresentou menor aquecimento, assim a resposta no padrão de chuva deste submercado não deve se alterar muito.
O bloqueio atmosférico observado atualmente no Centro-Sudeste do SIN é decorrente de oscilações de maior frequência, que duram dias. Assim que estas oscilações desidentificarem, o esperado é um padrão de precipitação mais próximo da média histórica deste período, já que o fenômeno El Niño não está atuando. Outro ponto de destaque, é que o bloqueio “empurra” para oeste a umidade que iria da Amazônia ao Sudeste, ou seja, a chuva está acima da média para este período na bacia do Tapajós, submercado Norte, e na Bolívia, que impacta a bacia do Madeira, região Sudeste.
No curto prazo, a chuva está ficando no extremo Sul, na divisa com Uruguai, mas a expectativa é que ela avance e influencie a bacia do Uruguai e Iguaçu, com possibilidades de chegar até a bacia do Paraná e Paranapanema, localizadas no submercado Sudeste. Estas chuvas devem ter intensidade moderada e ocorrem por causa das frentes frias que não conseguem avançar para o Sudeste, onde o bloqueio está atuando. Normalmente, o acumulado para janeiro fica em torno de 150 mm e nestes 10 dias de janeiro já foi registrado mais de 200 mm em algumas áreas do submercado Sul.